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2016 | 9 | 1 |

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DISTÂNCIAS…[for English, scroll to the bottom of the page] não possa tanta distânciadeixar entre nóseste solque se põe entre uma ondae outra ondano oceano dos lençóisPaulo Leminski Eu não escolhi abrir a presente nota editorial com um poema de Paulo Leminski porque sou polonês; e, para ser sincero, tampouco o fiz devido ao fato de ele ser brasileiro. Fiz isso porque a sensibilidade profundamente empática de Leminski, pulsando na linguagem, parece ressoar com perfeição o teor desse inovador número da Review of International American Studies. Feito por eminentes colegas, intelectuais excelentes e cuidadosos como Alice Áurea Penteado Martha, Elizabete Sanches Rocha, Ricardo Portella de Aguiar, Virna Ligia Fernandes Braga e Márcio Roberto do Prado, essa edição da RIAS aborda aquele que talvez seja o valor mais importante nesse mundo sempre dilacerado pelos desumanos vendavais da História: nosso potencial para entender. A inefável palpabilidade da experiência corriqueira daquilo que Martin Heidegger descreveu como Sorge transcende os oceanos. O distante, o longínquo, torna-se estranhamente familiar quando visto através da delicada tessitura dos textos entrelaçados. A metáfora ondulante de Leminski, tão ‘têxtil’, captura-nos em sua teia cuidadosamente tecida: os lençóis, no fim das contas, remetem tanto ao contexto hídrico quanto à roupa de cama. Em ambos repousamos nossos amores, medos e desejos; enredadas entre os lençóis todas as aporias naufragam e se rendem. Os lençóis brancos tornam-se confidentes de nossas sensações inefáveis. Remorso e pánta reî. A raiva da conquista sem fim e o nascimento de mitologias que resistem à imposição de paradigmas (neo)coloniais. Nossos traumas de passados violentos, presentes esperançosos, futuros incertos. Nossa perplexidade frente à experiência quântica do real fundindo-se sem pudor no virtual para, no fim das contas, desafiar o continuum espaço-temporal. Nosso egoísmo e nossa solidariedade, nossa ganância e nossa responsabilidade cívica, nosso medo e nossa coragem. Nossos diálogos sobre intraduzibilidade. Tudo isso, visto através da lente do discurso do Brasil, costura a riquíssima textura do tecido cultural do nosso mundo, que, através desse discurso, torna-se tangível. O tom quente e aveludado do português brasileiro oferece um (pre)texto mais que bem-vindo para que todos nós possamos submergir em uma mútua, thoreauniana, experiência de escuta. Ouvindo atentamente, para não perder nenhuma palavra dita por um amigo do outro lado da lagoa. Uma lagoa muito maior, embora, talvez, muito menor do que a lagoa de Walden jamais poderia ser. A RIAS, mais uma vez, oferece-nos uma chance de nos surpreendermos ouvindo. Existência encarnada: estética e essência casadas em um ato de poesia silenciosa que não se limita a comentar sobre os (e)ventos contra os quais a bondade humana pode ser o único escudo, farol e porto seguro. Abraçando o Brasil de Alice Áurea Penteado Martha, Elizabete Sanches Rocha, Ricardo Portella de Aguiar, Virna Ligia Fernandes Braga e Márcio Roberto do Prado, nós nos sintonizamos com um comprimento de onda para além da dialética de semelhança e diferença. Vemos nossos próprios rostos refletidos no espelho do mar, entre os lampejos de sol, virando as páginas, o leito do papel em branco. A poesia de Leminski tem muito a ver com ouvir o que sussurra do outro lado da lagoa: torna toda distância minúscula, ainda que reconheça sua importância. Tudo que ecoa na distância é um convite. Vamos ouvir. Distâncias Mínimasum texto morcegose guia por ecosum texto texto cegoum eco anti anti anti antigoum grito na parede rede redevolta verde verde verdecom mim com com consigoouvir é ver se se se se seou se se me lhe te sigo? Paweł JędrzejkoEditor Asociado RIAS DISTANCESnão possa tanta distânciadeixar entre nóseste solque se põe entre uma ondae outra ondano oceano dos lençóisPaulo LeminskiI did not choose to open this Ed/Note with Paulo Leminski’s poem because I am Polish; quite honestly, I did not do it because he was Brazilian either. I did this, because Leminski’s profoundly empathic sensitivity, pulsing in language, seems to ideally resonate with the tenor of this groundbreaking issue of the Review of International American Studies. Created by eminent Colleagues, excellent, caring intellectuals-Alice Áurea Penteado Martha, Elizabete Sanches Rocha, Ricardo Portella de Aguiar, Virna Ligia Fernandes Braga and Márcio Roberto do Prado, this issue of RIAS addresses perhaps the most important value in the world forever torn by inhuman gales of history: our potential to understand.The unspeakable palpability of the commonplace experience of what Martin Heidegger described as Sorge transcends the oceans. The distant, the far off, becomes strangely familiar when seen through the gauze of the interweaving texts. Leminski’s undulating, ‘textile’, metaphor holds: lençóis, after all, may be translated as linens as well as sheets. We entrust both with our loves, fears and desires; between sheets aporias surrender. The white sheets become privy to our ineffable sensations. Remorse and panta rhei. The anger at the neverending conquest and the birth of mythologies that resist the imposition of (neo)colonial paradigms. Our traumas of violent pasts, hopeful presents, uncertain futures. Our bafflement at the quantum experience of the actual seemlessly fusing into the virtual to ultimately defy timespace. Our selfishness and our solidarity; our greed and our civic responsibility; our fear and our courage. Our dialogs over untranslatability. All this, seen through the lense of the discourse of Brazil, makes up the immensely rich texture of the cultural fabric of our world, which, through that discourse, is made tangible. The warm velvet of Brazilian Portuguese offers a most welcome pre-text for all of us to indulge in a mutual, Thoreauvian, experience of listening. Listening intently, not to miss out on any words spoken by a friend across the pond. A pond much larger, though perhaps much smaller, than Walden pond could ever be.RIAS, again, gives us a chance to catch ourselves listening. Existence incarnated: aesthetics and essence married in an act of silent poetry that does not simply comment upon the (e)ventos, against which human kindness may be the only shield. Embracing the Brazil of Alice Áurea Penteado Martha, Elizabete Sanches Rocha, Ricardo Portella de Aguiar, Virna Ligia Fernandes Braga and Márcio Roberto do Prado, we attune ourselves to a wavelenght beyond the dialectics of similarity and difference. We see our own faces reflected in the mirror of the sea, among the flickers of the sun, turning pages, the once blank sheets of paper. Leminski’s poetry, is very much about listening across the pond: it renders all distance miniscule, yet acknowledges its importance. Reverberating in the distance is an invitation.Let’s listen.Distâncias Mínimasum texto morcegose guia por ecosum texto texto cegoum eco anti anti anti antigoum grito na parede rede redevolta verde verde verdecom mim com com consigoouvir é ver se se se se seou se se me lhe te sigo?Paweł JędrzejkoRIAS Associate Editor

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Volume

9

Issue

1

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Dates

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2016-05-15

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YADDA identifier

bwmeta1.element.ojs-issn-1991-2773-year-2016-volume-9-issue-1-article-4027
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